Geração de energia solar segue aquecida no RS com busca por economia e vantagens da regra atual

Potência instalada no Estado até junho deste ano é 70% maior na comparação com o mesmo período de 2021

Diante da busca por economia e corrida para garantir subsídio, a energia gerada por meio do sol segue avançando no Rio Grande do Sul. A produção de energia solar no Estado cresceu 70% no fechamento do primeiro semestre de 2022 ante o volume observado no mesmo período do ano passado. Em junho de 2021, a potência instalada no Estado estava em 771 megawatts (MW). Em junho deste ano, esse montante saltou para 1.313,3 MW, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O Rio Grande do Sul segue na terceira colocação nesse indicador no país, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo.

Se comparar a potência instalada até junho deste ano com o montante do fechamento de 2021, essa evolução fica em 25%. Números de conexões e unidades geradoras também seguem nessa esteira de crescimento (veja mais abaixo).

A coordenadora da Absolar no Estado e sócia da Solled Energia, Mara Schwengber, afirma que a busca por economia segue sendo um dos principais motivos que explicam o aumento do sistema. Mesmo com a retirada de bandeiras tarifárias e de alguns impostos na conta de luz, a energia solar segue sendo atrativa por redução de custos e previsibilidade, segundo a executiva:
— O consumidor continua buscando essa estabilidade. Quer ter a tranquilidade de não ter uma conta de energia tão alta.

No caso específico de 2022, Mara destaca a busca por adesão ao sistema ainda no modelo que prevê subsídio. No início deste ano, o governo federal sancionou o marco legal da geração própria de energia. A nova legislação prevê o fim gradual do subsídio para os consumidores. Atualmente, micro e minigeradores não pagam tarifas de distribuição. O marco legal assegura aos consumidores que já têm o sistema instalado e aos que solicitarem a ferramenta até janeiro de 2023 continuarem com esse subsídio até 31 de dezembro de 2045.

— Isso é algo que impacta na decisão das pessoas. Quem tem oportunidade de fazer esse ano, acaba fazendo. Mesmo em um cenário de ano eleitoral, de aumento de juros, a gente percebe um consumidor com esse entendimento, de que a conta de luz vai continuar existindo e tem um reajuste normalmente acima da inflação.

Diretor da área Solar do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Tiago Cassol afirma que um dos termômetros da expansão desse modelo de energia no Estado é o mercado de trabalho. Cassol cita que o Estado já conta com mais de 1,3 mil empresas no setor, o que também impulsiona a formação de profissionais:
— A gente tem também diversas instituições de ensino superior que tem uma formação muito grande na parte de engenharia, de arquitetura, o que ajuda muito esse mercado.
A coordenadora da Absolar no Estado reforça essa questão de obra, que acaba sendo cada vez mais disputada em um cenário de setor aquecido. A dificuldade em contratar trabalhadores qualificados deve aumentar no segundo semestre com a previsão de mais demanda, segundo Mara:
— Quando a gente fala de instalação, a gente fala de uma mão de obra qualificada. O tempo de preparação do profissional qualificado é muito lento perto da necessidade que a gente tem de tê-la disponível.

Em Porto Alegre, o condomínio Getúlio Vargas Prime Offices, no bairro Menino Deus, é um dos empreendimentos que decidiu adotar o sistema de energia solar neste ano. O complexo vai contar com 130 módulos voltados para atender as áreas comuns, como elevadores e salas de reuniões. A instalação começou na semana passada. O síndico do condomínio, Paulo Marques, afirma que os responsáveis pelo local já haviam realizado estudo há cerca de quatro anos atrás para avaliar o uso das placas solares. No entanto, na época, não era o melhor modelo para a operação. Hoje, com cerca de 96% de ocupação na estrutura, o negócio é viável.

— A gente vai ter uma boa economia e, além do ganho financeiro, a gente tem também uma visão de sustentabilidade no condomínio — destaca Marques.

ENERGIA SOLAR NO RS
A potência instalada no Estado cresceu 70,3% no primeiro semestre de 2022. O RS segue na terceira colocação no país nesse indicador

DADOS ACUMULADOS ATÉ O FIM DE CADA SEMESTRE

Potência instalada (em MW)




Unidades consumidoras recebendo créditos
No sistema de geração distribuída fotovoltaica, a sobra da energia gerada pela unidade produtora vira créditos de quilowatt-hora (kWh). Esses créditos podem ser utilizados pelo consumidor para abater o valor da conta de luz em um período de até 60 meses



DADOS ANO A ANO
Potência instalada (em MW)



RANKING DE ESTADOS EM POTÊNCIA INSTALADA - TOP 10 (EM MW)
O território gaúcho responde sozinho por cerca de 12% de todo o parque brasileiro de energia solar




Principais mudanças provocadas pelo marco legal
• A nova legislação, sancionada em janeiro pelo presidente da República, cria um marco legal para a geração distribuída no país. Um dos principais pontos da nova lei é a garantia de subsídio por tempo determinado para quem tem o sistema. Esse benefício também vale para o consumidor que optar pelo acesso à energia solar até o início de 2023.
• Consumidores que realizam a própria geração de energia não pagam taxas pelo custo de distribuição atualmente. Com o marco legal, esse benefício segue até 2045.
• O subsídio até 2045 é válido também para todos os consumidores que adotarem o sistema até 7 de janeiro de 2023. É necessário solicitar o seu parecer de acesso na distribuidora até 01/01/2023.
• Quem aderir ao sistema após 2023, passará por regra de transição que prevê dois períodos.
• A lei prevê perda de direito adquirido em casos de encerramento de contrato com a distribuidora, irregularidade no sistema de medição, aumento de potência instalada no caso de protocolo de solicitação posterior ao marco legal. A perda do direito no caso do aumento da potência instalada será apenas sobre a parcela acrescida, a parte da usina que estiver no modelo atual, não perde o direito.
• A lei também cria o Programa de Energia Renovável Social (PERS). Esse modelo visa financiar a instalação de geração fotovoltaica e outras fontes renováveis para consumidores de baixa renda. Os recursos desse programa devem ter origem no Programa de Eficiência Energética (PEE).
• A lei permite a participação das instalações de iluminação pública no Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). A rede de um município deve ser considerada como unidade consumidora nesse modelo.

Logotipo Rodapé

Contribuindo para uma vida sustentável!

HORÁRIO E CONTATOS
Segunda a Sábado das 8h às 18:30
Domingo das 9h às 12h
(51) 99733-9797 / 99183-2006 / 99782-9799
cbn@cbnenergiasolar.com.br

LOCALIZAÇÃO
Av. Eduardo Prado, 695
Cavalhada
Porto Alegre/RS

Fale Conosco!